Um bom relacionamento com as pessoas dentro do ambiente de trabalho é
essencial tanto para a carreira como para a qualidade de vida. Mas
manter um clima amistoso com os colegas profissionais nem sempre é
fácil. Desagradáveis e até mal intencionados, alguns perfis desafiam a
convivência com piadas excessivas, reclamações ou mesmo puxando o tapete
dos outros. A psicóloga Juliana Saldanha, consultora de recursos
humanos do Grupo Soma, orienta sobre as melhores reações. Selecionamos
dez comportamentos insuportáveis no trabalho e dicas para lidar com cada
um deles:
1. INJUSTIÇADA
Reclamona, ela tem certeza que os chefes a perseguem – e percebe isso em
cada olhar ou comentário. Passa muito tempo “alugando” os colegas com
as suas lamentações. É extremamente sentimental e não tem foco no
trabalho. Geralmente deixa a desejar profissionalmente, mas, mesmo
assim, jura que é muito competente.
“O perseguido é um perfil difícil até porque não se sente
assim só no profissional. Se um carro espirrar água de poça nela,
também vai achar que é pessoal. Mas fugir das responsabilidades, ser a
vitima, às vezes é insegurança”, aponta Saldanha. O segredo é não entrar
na onda e começar a reclamar dos chefes também.
2.
FALSO BONZINHO
Parece um anjo à primeira vista. Cordial, faz questão de estabelecer
boas relações com todos os níveis hierárquicos. Cedo ou tarde você
ficará sabendo de intrigas pesadas feitas pelas costas envolvendo o seu
nome. Ele vai negar tudo e sair pela tangente. Mas não se engane, mês
que vem tem mais!
O famoso “duas caras” é mais um caso de insegurança,
segundo a consultora. “Acredita que para crescer não pode ser ele mesmo.
Devemos evitar generalizações, mas normalmente essa pessoa tem segundas
intenções e quer levar vantagem”, diz ela. Mas não tente desmascarar o
“anjinho”. É melhor manter distância.
3.
FOFOQUEIRA INCORRIGÍVEL
Ela parece um radar: está sempre por dentro de tudo que acontece na vida
dos outros funcionários e, por isso, não dedica muito tempo ao
trabalho. Tende a envolver as pessoas em suas falações e pequenas
maldades. Critica a roupa e cabelo das colegas, mas no fundo inveja cada
centímetro.
“Falamos que a pessoa tem que ter bom senso, mas isso é
relativo porque as experiências de vida são diferentes”, avalia Juliana.
Sair de fininho das conversas sobre terceiros é a melhor forma de agir.
A fofoca só existe porque alguém está ali para ouvir. “Não precisa
dizer que não quer falar com ela, mas sinalize que tem outras
prioridades e não seja conivente. Busque neutralidade”, orienta.
4. PUXA-SACO BAJULADOR
É um clássico no mundo corporativo. Em suas relações, classifica as
pessoas por cargos – e o mais humilde não costuma receber atenção. Está
sempre pronto para elogiar o chefe, mesmo que sutilmente, e extrai dessa
prática a segurança que precisa para continuar empregado.
Nada de fazer igual para ganhar pontos! “Um chefe com
vivência maior consegue perceber que está sendo bajulado”, diz Juliana
Saldanha. Portanto, ninguém perde pontos para o puxa-saco. Existem
pessoas solícitas naturalmente, sem forçar a situação. “Não se iguale
nem seja ingênua”, recomenda a consultora.
5. OVERSHARING
Ela (ou ele) fica falando de coisas que ninguém realmente quer saber – e
normalmente num tom de voz que os obriga a isso. Usa o telefone da
empresa para discutir com a madrinha, com o atendente da TV a cabo ou
com a amiga que insiste em ficar com aquele cara que não a merece.
Se você der a mínima corda, a “oversharing” vai explicar
seus problemas em detalhes, sem perceber que você está olhando para o
outro lado. No limite, entram em assuntos constrangedores –
escatológicos, sexuais, patológicos. “Ambiente corporativo não é
consultório sentimental. Mas as pessoas só falam muito porque alguém
escuta”, diz Saldanha. Com medo de passar por chato, quem ouve as
histórias excessivas nem sempre consegue sinalizar que aquilo invade a
liberdade do seu ouvido. A dica é cortar o assunto e não fazer
comentários que vão aumentar o diálogo.
6.
CARREIRISTA ESPERTINHO
Está no jogo para ganhar. Ser bem sucedido é quase uma obsessão. Fala o
que os chefes gostam de ouvir e não pensa duas vezes ao passar a perna
em alguém. Costuma ser competente em suas funções, mas extremamente
desleal com os colegas.
A dica aqui é simples: nunca compartilhe ideias e projetos com ele, por
mais bacana que possa parecer na mesa de bar. Ele vai roubar seus
insights
,
não duvide disso. Se apegue aos assuntos genéricos, comente sobre o tempo, o programa de TV, o futebol...
7. ULTRASEXY
Ela “dá mole” para os caras, mas se faz de sonsa e desentendida se algum
deles reage. No escritório, todo mundo percebe a paquera com o colega:
risadinhas, brincadeiras de mão e outras práticas irritantes dominam o
ambiente. Tem certeza que é a garota mais desejada da empresa, e tenta
tirar algum benefício disso.
“Provavelmente ela não acredita na sua competência
profissional. É preciso que a equipe seja assertiva para mostrar que não
gosta daquilo”, recomenda Juliana. E evite qualquer elogio à maquiagem
ou roupas que possa inflar ainda mais esse ego.
8. GALÃ OFICIAL
Ele não anda pelo corredor, desfila. Não cumprimenta as colegas, joga
beijos e piscadinhas. Conta vantagens na hora do almoço para os outros
homens e, muitas vezes, mente descaradamente sobre “aquela gata da
academia” que nunca existiu.
“Não fique achando que você é a rainha da cocada preta só porque o cara
fez uma brincadeira”, diz a psicóloga. Geralmente não é pessoal, esse
tipo tende a repetir as gracinhas com todas as outras meninas do andar.
Mas se ele extrapolar ou passar dos limites, então expresse seu
sentimento com clareza, mas de forma suave. Não é preciso brigar com o
garotão bobo e ficar marcada no andar pela sua agressividade.
9. MATRACA SOLTA
Ela não para de falar e tende a ser inconveniente. Faz comentários
(geralmente dispensáveis) sobre tudo e atrapalha a concentração dos
colegas que querem trabalhar. Em reuniões, os chefes chamam sua atenção
por estabelecer conversas paralelas.
Não entre no enredo que a pessoa está contando. Deixe que ela fale
(quase) sozinha e mantenha os olhos na tela do computador ou folha do
caderno. Dessa forma, ficará claro que você não está disponível e o
assunto acaba mais facilmente. “Aos poucos as conversas vão diminuindo”,
aposta Juliana.
10. PIADISTA SEM GRAÇA