quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Maneiras de dizer a verdade!


Certa feita, um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes.

Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse seu sonho.


- Que desgraça, senhor! – Exclamou o adivinho. – Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade.


- Mas que insolente – gritou o sultão, enfurecido – Como te atreves a dizer-me semelhante coisa?


Fora daqui!


Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem cem acoites.

Mandou que trouxessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho.


Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe:


- Excelso senhor! Grande felicidade vos esta reservada. O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes.


A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao segundo adivinho.


E quando este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado:


- Não é possível! A interpretação que você fez foi à mesma que o seu colega havia feito. Não entendo porque ao primeiro ele pagou com cem açoites e a você com cem moedas de ouro.

- Lembra-te meu amigo – respondeu o adivinho – que tudo depende da maneira de dizer.


Um dos grandes desafios da humanidade é aprender a arte de comunicar-se.

Da comunicação depende, muitas vezes, a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra.

Que a verdade deve ser dita em qualquer situação, não resta duvida.


Mas a forma com que ela é comunicada é que tem provocado, em alguns casos, grandes problemas.


A verdade pode ser comparada a uma pedra preciosa.

Se a lançarmos no rosto de alguém pode ferir, provocando dor e revolta.

Mas se a envolvemos em delicada embalagem e a oferecemos com ternura, certamente será aceita com facilidade.


A embalagem, nesse caso, é a indulgência, o carinho, a compreensão e, acima de tudo, a vontade sincera de ajudar a pessoa a quem nos dirigimos.


Ademais, será sábio de nossa parte se antes de dizer aos outros o que julgamos ser uma verdade, dizê-la a nós mesmos diante do espelho. E, conforme seja a nossa reação, podemos seguir em frente ou deixar de lado o nosso intento.


Importante mesmo é ter sempre em mente que o que fará diferença e a maneira de dizer as coisas…